29 agosto, 2014

O que têm em comum a Igreja e Israel? Má Imprensa…

 
Já por diversas ocasiões aqui se referiu que uma das maiores falhas do nosso jornalismo, é a forma como a agenda mediática é utilizada - não para tratar os assuntos de “per si”, recorrendo a informação isenta e factual -, mas antes para usar esse espaço como ferramenta de “doutrinação ideológica” dos cidadãos. Como é habitual, a agenda mediática tende a beneficiar a perspetiva e a narrativa da esquerda.
Vejamos dois temas distintos, ambos delicados, mas onde a cobertura noticiosa apresenta traços comuns.

1 Fundamentalismo islâmico

Nos últimos dias, foi dado maior destaque às notícias que dão conta dos atos de barbárie indescritível que os jihadistas do Estado Islâmico vêm cometendo. No entanto, durante as semanas de guerra entre o Estado de Israel e os fundamentalistas do Hamas, semelhantes atrocidades vinham sendo cometidas mas as redações optaram por dar-lhes pouco destaque. Porquê?

Obviamente, porque, sendo o jornalismo militante tão abertamente pró-palestiniano, dar nessa fase destaque às notícias do Estado Islâmico – cujos princípios são partilhados pelos fundamentalistas do Hamas – enfraqueceria a narrativa esquerdista do “Estado agressor israelita”.

Nota: uma coisa é a criação de um Estado Palestiniano soberano e a necessidade de encontrar uma solução que confira e salvaguarde aos palestinianos direitos básicos de cidadania. Outra coisa é o que o Hamas defende, que é a erradicação do Estado de Israel! 


Vendo os telejornais durante o período mais agudo do conflito, a notícia recorrente (acompanhada das imagens de destruição e as vítimas palestinianas da guerra) era “Israel volta a bombardear Gaza”, mas eram claramente subvalorizadas as centenas de rockets diariamente lançadas sobre Israel (sabia que, em cerca de 40 dias, foram lançados 3.600 rockets?...) usando, não raras vezes, o seu próprio povo como escudo humano.

“Foreign correspondents emerging from the Gaza Strip since a cease-fire between Israel and Hamas went into effect two days ago are confirming Israel’s claims that Hamas was firing rockets during the month-long confrontation from residential areas and near UN facilities.”

 
Este é um assunto ultra-delicado. Obviamente, Israel também praticou / pratica “atrocidades” e as suas ações terão de envolver cedências. Mas, se nesta guerra – recordar que é disso que se trata - os israelitas reagissem, não da forma “musculada” e determinada como fazem, mas da forma como a esquerda portuguesa (e europeia, diga-se) entende que seria a resposta “adequada”, será que o Estado de Israel ainda existiria?    

Entretanto, ver em jornais ou na televisão, o Hamas ser apresentado como uma força que luta por uma solução pacífica para a região, nomeadamente, como defendendo a criação e convivência de dois estados. Israelita e palestino, é uma fraude.  

 


2 Os casos de abusos sexuais sobre menores.   

Neste caso, a propósito dos cuidados em não beliscar a narrativa da esquerda, recomenda-se a leitura destes dois posts de Vítor Cunha no Blasfémias, os quais demostram como foram (são?...) encobertos alguns casos de abusos sobre crianças por comprometerem uma das bandeiras tão caras à esquerda: uma dos expoentes do politicamente correto, denominado multiculturalismo, ou uma espécie de “fobia anti-racista”.
O assistente-social-modelo (*)

“By far the majority of perpetrators were described as ‘Asian’ by victims, yet throughout the entire period, councillors did not engage directly with the Pakistani-heritage community to discuss how best they could jointly address the issue. Some councillors seemed to think it was a one-off problem, which they hoped would go away. Several staff described their nervousness about identifying the ethnic origins of perpetrators for fear of being thought racist; others remembered clear direction from their managers not to do so.”

Não são monstros, são só socialistas

Depois de ler os posts, pense porque nenhum dos casos referidos, dessas “polémicas”, chega a um telejornal ou merece a atenção das nossas redações. No entanto, de cada vez que alguma figura ligada à Igreja pede desculpa pelos abusos cometidos sobre crianças, há sempre uma notícia num telejornal a recordar ao cidadão o “cadastro” que esta instituição apresenta na matéria.

Não se defende aqui o branqueamento dos crimes de quem quer que seja, mas o igual tratamento e isenção na informação veiculada nos media. Mas, fica a interrogação: porque será que na comunicação social algumas “instituições” parecem ser poupadas a notícias que as associem a abusos de crianças, "tráfico sexual" e pedofilia, enquanto outras, nomeadamente, as que são ligadas à Igreja, são amplamente denunciadas na agenda mediática? 
 
A quem e a que causas, serve o enfraquecimento de umas instituições (caso da Igreja) e o “controle de danos” e o encobrimento, quando são outros grupos os responsáveis? Será porque as instituições religiosas são (na nossa história em particular) forças da “reação” e inimigas de longa data dos "socialismos"?


Enfim, talvez não se trate de jornalismo faccioso e ideologicamente comprometido, mas a circunstância de algumas instituições ou correntes (Igreja e Israel, por ex.), terem apenas política de comunicação… pois.


Caro cidadão, não pense pela sua cabeça, deixe que os jornalistas o façam por si!


“O espaço mediático atual, será o espelho da sociedade portuguesa e traduzirá de forma isenta as diferentes correntes e sensibilidades existentes?

Ou será que esse espaço, negligenciando a missão de informar de forma isenta e, não raras vezes, menosprezando até o pensamento e as convicções da maioria, empenha-se, suportado nas convicções de uma minoria alinhada com o “wishfull thinking” do jornalismo militante, num exercício diário de doutrinação da “população” com os seus próprios valores?”