28 junho, 2013

PEC IV: a nova religião.


Não deixa de ser curioso observar como muitos socialistas troçam de Cavaco Silva, pela sua fé em Nossa Senhora, e depois vê-los criar um autêntico culto à volta de um “símbolo”, esse sim, nos conduziria à salvação. Esse símbolo e essa crença, o PEC IV…

 
 
A entrevista de Teixeira dos Santos veio (mais uma vez) insistir num dos mitos mais recentes da política portuguesa: “O PEC IV teria evitado o resgate português.”

Para os seguidores de Sócrates, este PEC IV converteu-se numa nova espécie de Sebastianismo. Mas não passa de um mito, uma falácia que, sistematicamente, passa sem o devido contraditório jornalístico. Como resultado disto, na opinião pública, vai-se implantando a ideia que este memorando da Troika - e os sacrifícios que dele decorrem - são “obra” de Passos & Gaspar em vez dos verdadeiros responsáveis – os socialistas.  

O que deveria ser perguntado a Teixeira dos Santos a este propósito:

Dr. T.S., recuando ao início de 2011 e ao PEC IV: considerado que, tanto a Irlanda, como a Grécia, estavam já sob resgate fmi/feef, garante aos portugueses que as instituições europeias iriam dar a Portugal um tratamento previligiado?

E quanto nos iriam emprestar, 80.000, 100.000 milhões de €?! A que taxas, 1%, 2%?!


Se o PEC IV fosse realmente um programa nos termos em que os socialistas o “pintam”, não teriam já surgido documentos que comprovassem isso? Claro que sim! Mas, para os jornalistas “esquerda friendly” uma afirmação do género “ai! Disseram-nos num encontro, não tenho qualquer dúvida que esse apoio ao PEC IV existia!”, é prova mais que suficiente...

Quem tiver fé nestes socialistas (a trupe de Sócrates, bem entendido…) pode agarrar-se com grande convicção a esta versão, mas trata-se disso mesmo - Fé. O 4º PEC, sem troika, destinava-se a manter Portugal nos mercados a contrair divida a 7, 8, 9 % (aguantaríamos mais 3 ou 4 meses, talvez o suficiente para colocar o TGV e o novo aeroporto em obra…).
Se com o empréstimo da troika, com um juro de 3,4%, estamos assim, imagine-se essa "alternativa"...


Foi possivelmente o chumbo do PEC 4 que evitou a degradação da situação financeira portuguesa, ao ponto da situação a que a Grécia chegou.
 
Deixem-se de fantasias: o que teria evitado o resgate português está à vista de todos - era não ter duplicado (cavado, para usar a terminologia de alguns) a dívida entre 2005 e 2010. O que sobrecarrega efectivamente os portugueses são os 8.000 milhões de juros que temos de pagar anualmente.


NOTA FINAL: Alguém perguntou a T. Santos se voltaria a nacionalizar o BPN? (decisão que, segundo ele em 2008, não custaria um cêntimo aos contribuintes)


27 junho, 2013

Daria um excelente escândalo, se fosse para malhar na Direita....


Já é sabido: para a comunicação social portuguesa, “escândalo que é escândalo” tem de envolver figuras da “direita”. Um socialista, por definição, luta pelo bem do povo… “jaimé” tomaria decisões que beneficiem os seus amigos da banca, da construção civil, etc., em resumo o “grande capital”.

Vem esta introdução a propósito da reacção – uma não reacção, para ser exacto – da parte dos meios de comunicação social, relativamente a alguns aspectos que o relatório produzido pela comissão de inquérito às PPP rodoviárias veio trazer a público.
 
Este artigo do Sol, faz um breve resumo…

“O documento caracteriza o programa de subconcessões como “um projecto rodoviário deficitário que compromete a capacidade da EP em assumir os seus encargos” e sublinha que “os responsáveis políticos à época [nomeadamente Mário Lino e Teixeira dos Santos] foram alertados para este aspecto e ainda assim decidiram avançar”.

“A EP pela voz do seu antigo presidente, Dr. Almerindo Marques, assumiu pressão directa do secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e Comunicações, Dr. Paulo Campos, e indirecta do Primeiro-Ministro, Engenheiro José Sócrates, com vista a realização de obra”, destaca.”

Sobre este último parágrafo: por acaso, o caro leitor conhecia estas declarações de Almerindo Marques?...

Obviamente, nenhum jornalista se mexeu para ir questionar o Dr. Almerindo Marques, Campos ou Sócrates, sobre estas pressões directas e indirectas (e a razão de ser das mesmas). Trata-se de informação que não tem suficiente relevo informativo…

 
Falemos de coisas importantes para os portugueses... então, "diz que" o Relvas pode perder a licenciatura, o Ministério Público está a investigar... ele há cada político gatuno!
 

 

22 junho, 2013

Notícias que passam ao lado das manchetes


De um dos blogues "obrigatórios" do panorama nacional, este post:

"17/06/2013

Dúvidas (19) – Estão verdes não prestam?

Segundo a informação mensal de Maio do Instituto do Emprego e Formação Profissional, no final desse mês as ofertas de emprego («empregos disponíveis comunicados pelas entidades empregadoras aos Centros de Emprego») por satisfazer eram 14.400, tendo aumentado 8,4% em relação a Abril e 41% em relação ao mês homólogo de 2012.
 
Como explicar estas oportunidades de trabalho não aproveitadas com um desemprego tão elevado?
"
 
Notícias como esta, nunca são objecto de análise pela comunicação social. Dar-lhes destaque ameaça a sua narrativa que, como aqui no blog se defende, está ao serviço daqueles que ao longo dos anos, e na sombra da monstruosa estrutura do Estado, angariaram os seus privilégios que o momento actual veio por em causa.

Esta crise só será ultrapassada se o Portugal “que vive à mesa do Orçamento de Estado” der lugar ao outro Portugal, aquele que não aparece nos telejornais e nas manchetes...

 
 

21 junho, 2013

Concurso de popularidade socialista


Costa Vs Sócrates, quem será o mais popular? Descubra as diferenças de estilo entres estes dois ilustres socialistas.

António Costa, durante a vigência do memorando de resgate relativo à 3ª bancarrota socialista em 30 anos, mas ano de eleições autárquicas (2013):

 

José Sócrates, durante a "maior crise financeira do século", mas ano de eleições legislativas (2009):
 
 
"O Governo vai propor aos sindicatos uma actualização dos salários dos cerca de 700 mil funcionários públicos de 2,9%." (se não me falha a memória, foi até um valor superior ao que a UGT pediu...)
 




20 junho, 2013

Seguramente, banha da cobra.



Esta frase é esclarecedora do calibre dos dirigentes que actualmente compõem a “fina flor” do Partido Socialista.

Vejamos, mesmo que tudo corra bem este ano, o défice das contas públicas portuguesas será de 5,5% do PIB. Ou seja, teremos de pedir emprestado a alguém (aos mercados, à troika?!) cerca de 9.000.000 €. (e depois ainda se admiram que a dívida está a subir...)

Mas, aquele que se apresenta aos portugueses como a “alternativa” ao actual governo e o “escolhido” que, enquanto o diabo esfrega um olho, devolverá aos seus compatriotas um país pleno de “crescimento e ao emprego”, debita pérolas como esta:


“Se há dinheiro, paguem-se os subsídios”, diz ele. 



Interrogo-me, entre as dezenas de jornalistas que se limitam a colher estas tiradas sem qualquer contraditório, se todos acharão normal, se acharão possível, que alguém que ganha 100 possa passar a vida a gastar 105 ou 110… bem, olhando à opinião que domina a comunicação social, talvez achem.

Em relação aos socialistas, e estou a pensar nos Seguros, Zorrinhos, Laranjeiras, Campos, Lellos, etc., tudo o sejam défices inferiores a 10%, parece representar para eles uma “obsessão pela austeridade”.
 
Como é possível, mesmo depois dos milhares de milhões de euros de investimento público socialista nos últimos 20 anos que, em vez de "crescimento e emprego" conduziram Portugal - pela 3ª vez e pelas mãos do mesmo partido - à bancarrota, continuem a iludir e a mentir aos portugueses?! Foi apenas há 2 anos caramba! Existem peixes com melhor memória...

São estes os políticos de que Portugal precisa?

Ou então, precisamente em função do que é o povo português, talvez não seja possível que políticos de outro calibre vinguem…



19 junho, 2013

Portugal, o bastião da Equidade...

A “Equidade” tem estado no centro da atenção dos mídia e da discussão política portuguesa. Não há dia em que num fórum na rádio, na imprensa ou no telejornal, iminentes personalidades, jornalistas e comentadores, não alertem o "cidadão comum" para a falta de "equidade" disto e daquilo…

A Equidade entre os pensionistas e os trabalhadores activos…
 “Trabalhadores e pensionistas do Estado: Vêm aí mais cortes e desta vez são permanentes”
 
A Equidade entre os funcionários públicos e os privados…
“Governo aprova pacote laboral para a Função Pública debaixo de fogo”

E, na última semana, o drama da Equidade entre os alunos…
“Pais reclamam junto das escolas falta de equidade entre alunos por causa da greve”

“PCP questiona equidade entre alunos e responsabiliza Governo”

NOTA sobre esta última polémica: Que país de "virgens ofendidas" é este!... Como se, desde sempre, não existissem alunos a fazer exame (necessariamente diferentes) em diferentes chamadas…
Aliás, falando em equidade, o sistema de ensino assegura que todos os alunos são ensinados com a mesma competência durante o ano lectivo? Aqueles alunos que contam com um mau professor entre Setembro e Junho estão a ser tratados em pé de igualdade com aqueles que têm a felicidade de contar com um competente?...   

 
Mas, seremos uma sociedade assim tão atenta à Equidade?...
Claro que Não! Apesar desta obsessão pela equidade, ela tem servido mais como arma de arremesso político do que uma genuína preocupação com injustiça ou desigualdades. Portugal é das sociedades mais injustas e assimétricas da UE e OCDE
 
Se não é assim, como explicar - ainda mais numa sociedade que tanto apregoa os valores da "igualdade e fraternidade" -, que os níveis de desigualdade e as assimetrias regionais existentes em Portugal sejam praticamente um tabu para a comunicaçao social?!
 
Será que o facto de a nossa comunicação social - para além de outros aspectos aqui referidos - se encontrar sedeada na capital, tem alguma relação com o desinteresse que a agenda mediática revela sobre esta realidade?...
 
Mas estas desigualdades - nomeadamente, entre Norte / Centro Vs Lisboa -  são ainda mais gritantes e difíceis de explicar, quando se constata o que aqui é referido:
“A situação diagnosticada por estas duas regiões [Norte e Centro] apresenta-se como um paradoxo, com uma situação de pobreza galopante medida pelo PIB, mas rica em recursos qualificados, tecnológicos, em conhecimento e em experiência empresarial.
Estas duas regiões (considerando apenas a zona mais litoral da zona centro) continuam a ser responsáveis por mais de metade das exportações nacionais e por cerca de 2/3 das exportações de produtos tecnológicos e são ainda das regiões mais industrializadas da Europa. Ou seja, têm uma enorme capacidade empresarial instalada. Têm Universidades, Institutos e Centros de Inovação e Tecnologia de excelência, não só quanto à formação de quadros qualificados, mas quanto à produção científica e quanto ao I&D desenvolvido.”

 
Como podem as regiões que mais riqueza produzem, serem simultaneamente as mais pobres?!

Uma explicação para este paradoxo, foi dada aqui "Do Portugal silencioso..."
 
 
 
 

14 junho, 2013

Marcação das eleições autárquicas e o "benefício próprio"


 
 
“… o PS considera que “13 de Outubro é a data adequada”, uma vez que defende ser “necessário garantir a escolha de uma data que garanta uma participação maior", e a 13 de Outubro já está “fora do período de férias”, explicou esta quarta-feira António José Seguro à saída da reunião com o primeiro-ministro.”

NOTA 1: Dr. Seguro, os portugueses de férias?! V. Exas. andam constantemente a dizer que os portugueses “nem têm dinheiro para comer”, que estão na miséria, e agora alegam que de Julho a Setembro muitos deles estarão “de viagem”?... 

NOTA 2: Então o PS, preocupado com a “participação dos portugueses”, propõe 13 de Outubro? Ora bem, sendo Portugal o país católico que é, nomeadamente, a tradição de peregrinação que leva centenas de milhares de portugueses a Fátima, parece que o PS acredita mesmo que uma larga franja da população portuguesa já vai gozar férias este ano.

Poderia existir maior afirmação de confiança, que a retoma económica está próxima? 


NOTA 3: Já o BE, como não precisa de recorrer ao “chico-espertismo” para esconder as verdadeiras razões das datas propostas, sem qualquer decoro, informa:

“o Bloco de Esquerda defende que a data deve ser a 13 de Outubro, considerando que as eleições em Setembro “seria anormal”. João Semedo acusa os partidos que fazem parte do Executivo (PDS e CDS) de quererem que os portugueses vão “votar sem ainda conhecerem as linhas gerais do Orçamento do Estado”

É extraordinário como, num parágrafo, o BE faz do povo português o “idiota útil” na sua estratégia de fazer oposição ao governo. O que tem o OE 2014 a ver com a eleição para a Câmara Municipal de Sernancelhe ou de Aljustrel?!
O PS teve vergonha de o assumir, mas o BE (nem sei se destaque a desfaçatez se a frontalidade…) não tem qualquer pudor em confirmar que a sua  data para as eleições visa apenas misturar a discussão do último orçamento do Memorando da Troika, necessariamente impopular, com a campanha eleitoral das autárquicas - mas claro, são os partidos do governo que procuram "benefício próprio".

E nenhum jornalista pergunta a estes justiceiros do BE: "mas não acha que seria um embuste, em vez do projecto de cada um para o seu Município, que o voto dos portugueses no seu presidente de câmara fosse determinado pela discussão de um orçamento de estado que obedece ao pedido de resgate feito em 2011? "

Nestes pormenores, se vê o respeito da extrema-esquerda pelos princípios basilares da democracia…


NOTA FINAL: Entretanto, as eleições foram marcadas para 29 de Setembro. Seguro já se manifestou:

“António José Seguro, acusou, esta quinta-feira, os partidos do Governo de marcarem as eleições autárquicas para 29 de setembro em "benefício próprio", referindo que os argumentos usados são "uma profunda hipocrisia".”


É o que temos… e o que temos, é o que merecemos! 
 

13 junho, 2013

Na redacção do Público, "a luta continua"...




oh governo tirano!....

Sugestão à redacção do Público para próximas capas:

"Pelo seu papel na luta contra o fascismo de Crato, Mário Nogueira na lista de candidatos ao Nobel da Paz"

Público, diz que é jornalismo...


11 junho, 2013

Cavaco, Portugal e a UE, ideias e mitos alimentados pela comunicação social.


Ui, ui… “o País” anda escandalizado com o discurso de Cavaco… diz que foi o “discurso da Ovibeja”. Enquanto uns não lhe perdoam a sugestão de trocarem os seus i-phones e as constantes visitas à fnac, por um estilo de vida mais frugal, mais “agrícola” (que gadgets serão necessários para plantar umas batatas?!...), outros acusam-no de hipocrisia por ter sido precisamente ele o “obreiro” do abandono das pescas e da agricultura.

Vamos ver, ciclicamente surge este tipo de reacção nos meios de comunicação social. Discurso aqui, intervenção acolá, e uma série de opiniões e de notícias, recuperam uma espécie de julgamento relativamente às opções tomadas a partir do final dos anos 80, nomeadamente, sobre o processo da adesão de Portugal à, então CEE, hoje União Europeia.

E aqui começam os mitos que a comunicação social é tão profícua em difundir … Por exemplo, se recordarem o tom das reportagens “em jeito” de retrospectiva que telejornais passam sobre o período da adesão à CEE existem dois ângulos distintos sobre a mesma realidade:

Mito 1: Quando a entrada na “CEE” é boa para Portugal: quando a reportagem pretende evocar, os benefícios da entrada na comunidade, incontornavelmente, Mário Soares é lembrado como sendo o obreiro da nossa entrada para a CEE.


Mito 2: A CEE obrigou-nos a destruir as pescas e a agricultura: este diagnóstico acompanha frequentemente as reportagens e notícias que se debruçam sobre o lado mau da entrada na “CEE”. Neste contexto, diversos opinadores, jornalistas, etc., esquecem completamente o papel determinante do eterno líder socialista (então não foi ele quem negociou os termos da nossa adesão?) e, quando se fala do definhar da agricultura, das pescas e restantes sectores “tradicionais”, apenas se associa o nome de Cavaco Silva.

Ainda sobre este 2º mito, nomeadamente, que a CEE nos forçou a não produzir, olhemos aqui para o lado… a Espanha, por ex., acabou com as pescas e a agricultura? Sabemos que não e também estão na UE, certo?
 
Ou seja, se a opção pelos subsídios para não produzir foi nossa e não imposta pela UE, quem foram então os culpados do desmantelamento da nossa economia?...

Pessoalmente, penso que Cavaco Silva, de facto, é um dos grandes responsáveis pelo declínio do modelo económico assente nos sectores mais tradicionais (agricultura, pesca, indústria, etc.), mas não nos moldes que muitos apregoam e a comunicação social, dá eco. Não foi publicado um decreto a estipular “abata-se!”. Não, o que provocou o definhamento dessas actividades económicas, foi a aposta centralista que o seu 2º mandato (principalmente) veio intensificar. A aposta - provinciana, diga-se – de querer desenvolver uma capital megalómana (à imagem de Paris, Madrid ou Londres), que iria depois “rebocar” o resto do País para o desenvolvimento. É desta visão que nascem o Centro Cultural de Belém, a sede da CGD, os planos da Expo 98, a Ponte Vasco da Gama, etc., etc…

Mas ver alguns sectores da sociedade portuguesa, nomeadamente, os socialistas, criticarem Cavaco Silva por isto, dá vontade de rir. Basta recordar que, que no início dos anos 90, ainda a A1 (Porto - Lisboa) não estava pronta, Portugal ainda era deficitário em escolas, centros de saúde, etc.,   e os socialistas indignavam-se contra a "política do betão" laranja. O PS - que governou de 1995 a 2002 e de 2005 a 2011 – o que fez para além de atapetar o país com asfalto?!

Também se mostraram muito indignados com o contrato (parcerias público-privada) da Vasco da Gama. O que fizeram a seguir? Assinaram 90% das PPP existentes... Será preciso dizer mais?

Foi essa orientação de todos os recursos para a criação de um Estado monstruoso (obra de Cavaco e Guterres, principalmente) e centralizado em Lisboa, do fomento - como aqui já referimos - de uma economia "pseudo-privada", que alimenta um sector de serviços baseado nos gabinetes de "grandes" advogados & seus pareceres, dos escritórios da banca e das consultoras internacionais, das administrações das empresas públicas e das ex-públicas (edp, pt, galp...), etc. … em detrimento de uma política de desenvolvimento mais equilibrada em termos regionais. 
Não tenho nada contra Lisboa, se a capital fosse no Porto, provavelmente aconteceria a mesma coisa, o problema é cultural, o problema é este modelo económico, em que decisões que afectam a vida de quem habita em Aljesur ou em Mirandela, dependem mais de um qualquer gabinete de um ministério em Lisboa, do que daqueles que conhecem o terreno. O resultado está à vista: Portugal é dos países mais desiguais da OCDE.
 
Um País onde, por exemplo, de acordo com dados do INE, na comparação entre regiões (NUTS III,) a região da Grande Lisboa revela um PIB per capita superior à média do país em mais de 60%! E onde, segundo o mesmo estudo, um cidadão residente na capital mais do que triplica o valor do mesmo indicador relativamente a um compatriota da região do Tâmega.
 
 
Quando, nas décadas recentes, o Estado colocou todos os recursos e incentivos, ao serviço de um modelo centralizado, “secou” tudo o resto. Os agentes económicos limitaram-se a seguir o rasto do dinheiro…

Querem encontrar o "culpado pelo fim" da agricultura e das pescas? Aí o têm - o Centralismo. Este foi (é) o grande erro de Portugal depois do 25 de Abril, está para lá de esquerda e direita, psd e ps...




08 junho, 2013

Dos Tecnocratas insensíveis Vs Crescimentistas de bom coração

 
Os extractos do artigo que a seguir se reproduzem, dizem respeito ao discurso de um político português perante elementos da comissão europeia. O discurso foi proferido a 7 de Maio, há 1 mês, portanto. O contexto, foi da discussão em torno da evolução futura da UE, nomeadamente, em matéria de integração financeira, o seguinte parágrafo resume a postura dos responsáveis dos organismos europeus aí presentes: 

“Embora sem referências específicas à austeridade, a tónica dos discursos foi toda para o rigor das contas públicas, o cumprimento do programa de reformas e a consolidação das finanças públicas. A política de Bruxelas, representada por Rehn, manteve-se fiel a si própria…”

O objectivo deste post, é lançar um desafio ao caro leitor: através dos extractos que a seguir se transcrevem, proferidos por um político português naquele fórum, como já foi dito, tente adivinhar quem foi.
 
Quando se decidir pela resposta abra qualquer um dos links e confirme se acertou. Para simplificar, será um teste de escolha múltipla:
 
 
Vamos então às passagens / extractos do discurso:

1 [falando em relação aos países sob resgate] “”…a fragmentação financeira que existe actualmente [i.e., a disparidade de custos com o financiamento] exacerba o custo associado ao ajustamento e funciona como um choque de competitividade negativo para o pais sob ajuda externa”, acrescentando que “a UE tem de respeitar o que eu considero um princípio: permitir aos Estados que assegurem aos seus cidadãos os direitos sociais que estes exigem”. ”
2 [numa passagem dirigida a Schäuble, recorda] “… também ele tem um Tribunal Constitucional alemão que o incomoda, avisando-o que também ele pode não estar livre dos problemas acrescidos sentidos por Portugal face aos seus credores na sequência do chumbo do Tribunal Constitucional de normas do Orçamento”
 
3 [comentando o sucesso da colocação da primeira emissão nos mercados de dívida pública portuguesa a 10 anos, não deixa de frisar que] “…o desemprego é um problema irresolúvel, a não ser que seja posto em marcha um programa de políticas activas de emprego.”

E então, adivinhou?
...

Este jogo, dá que pensar sobre “o que sabemos realmente” dos políticos e, ao mesmo tempo, demonstra a (enorme) influência que os media têm na percepção sobre a “realidade”.

Até que ponto, as personagens que os meios de comunicação social e “comentadores de serviço” vão construindo, são uma imagem fiel da personalidade em questão? 

Se as redacções transmitem opinião em vez de informação, se o jornalismo destaca ou omite factos para reforçar uma determinada narrativa (por ex., teve conhecimento em algum telejornal destas declarações de Gaspar?), em suma, se a comunicação social não se revela, política e ideologicamente, imparcial, até que ponto as decisões dos cidadãos – como o voto, por exemplo - são determinados por uma espécie de “Tirania Mediática”?


 

07 junho, 2013

O Paradoxo socialista Vs a Realidade

 
Diariamente ouvimos dizer que a política de austeridade não resulta e que existia um “caminho alternativo”. Esse “caminho”, invariavelmente, envolve “medidas de estímulo à economia”, “medidas de crescimento”, bla, bla, bla… Isto é uma falácia que continua a ser propagandeada pelas redacções e o jornalismo militante.

A menos que Seguro, Jerónimo ou a parelha bloquista, dissessem que têm consigo alguém que avança a fundo perdido com 3 - 4 mil milhões de Euros por ano, a “austeridade” é inevitável. Mas é assim que em Portugal se discute a saída da crise, na sequência de bondosos anúncios do “outro caminho”, de menos dor e menos sacrifícios, nunca se ouve uma palavra sobre como, ou de onde, viria o financiamento dessas medidas “salvadores”, ou seja, toda a discussão assenta em pressupostos fictícios, ou, no domínio da fé.

Mas, diariamente, como se dizia, lá está alguém a dizer-nos que havia "outro caminho” e, claro, que os cortes, e os sacrifícios, apenas se devem aos malvados Passos & Gaspar … Isto faz lembrar um célebre paradoxo grego - o paradoxo de Zenão – que, para quem não conheça, consiste no raciocínio seguinte: Aquiles e uma tartaruga, vão disputar uma corrida. Como Aquiles era 10 vezes mais rápido, ele deu um avanço de 100 metros à tartaruga. O argumento de Zenão é que Aquiles nunca alcançará a tartaruga, pois quando completar os 100 metros, a tartaruga já avançou 10 metros, quando Aquiles correr esses 10 metros, a tartaruga já avançou 1 metro… e assim sucessivamente. Aquiles, de acordo com este paradoxo, nunca alcançará a tartaruga, pois sempre que ele se aproximar dela, ela já terá andado mais um pouco.

Este raciocínio é verdadeiro e poderemos ter uma infindável discussão com alguém sobre quem venceria a corrida (até poderíamos substituir Aquiles pelo U. Bolt….). Mas esta argumentação só é válida se assente numa abstracção teórica, obviamente,  na dimensão que habitamos - na REALIDADE - Aquiles alcançará, ultrapassará, a tartaruga a partir dos 111 metros.

Assim decorre em Portugal a discussão em torno do plano de resgate e do “caminho de austeridade da troika”– dizer que “existia outro caminho”, é uma falácia, uma abstracção teórica. Pois, aquele empréstimo e aquele memorando, são “O” caminho – NÃO HÁ DINHEIRO, ACABOU! E às vezes a discussão atinge o patamar do ridículo. Ver como este assunto é tratado na agenda mediática, onde, existem os “bonzinhos” que querem crescimento Vs os “mauzões” que querem a austeridade, leva a discussão para um nível confrangedor (ainda mais, quando aqueles que se afirmam “contra a austeridade”, vão escrever cartas à troika a dizer que as metas do memorando são para cumprir…). 

Porque se insiste em iludir os portugueses? Portugal, inevitavelmente, terá de ajustar a sua despesa à receita que consegue gerar. Aqueles que dizem que é possível fazê-lo sem austeridade mas com “aposta no crescimento” com “investimento público”, na prática, estão a dizer aos portugueses que a tartaruga ficará à frente de Aquiles…  

Mas a agenda mediática, graças à proximidade de opinião das redacções com a esquerda, continuará tomada pelos “vendedores de ilusões". As aberturas de telejornal e as manchetes estão reservadas aos mesmos de sempre e à sua mensagem: que estes “cortes eram desnecessários”, que “existia outro caminho”, etc., Já pensou, por ex., porque será que forças como o BE, que representam menos de 4% da população portuguesa, ocupam mais de metade dos telejornais com a sua visão e ideologia?...

Só quando a “república socialista portuguesa”, voltar para os braços da esquerda é que o clima vai serenar. Não raras vezes, é dito que todo o mal de que o País padece tem origem nos últimos dois anos de governação… como se desde 1995 até 2011 (com o breve intervalo de 2,5 anos) não tivéssemos tido remédio suficiente da receita socialista. Afinal, se durante esse período - em que o financiamento era abundante – o resultado das “políticas de crescimento” foi a bancarrota de 2011, como é possível, num contexto de financiamento exíguo, esse mesmo “caminho” fosse agora redundar em crescimento?! Se isto não é um paradoxo…

É neste jogo de palavras, nestes paradoxos que apenas funcionam nos discursos e na retórica (veja-se o “efeito” Hollande, por ex.), que a “esquerda” vai angariando os seus seguidores:

      - aos que sofrem os cortes ditados pela “direita”, a “esquerda” levará o subsídio;

      - aos que ficam sem emprego por responsabilidade da “direita” (apesar dessa tendência vir desde 2000), a “esquerda” assegura que é a sua aposta no crescimento, resolverá o problema da noite para o dia;

      - aos que apenas vêm a “direita” a actualizar o seu salário em x %, a “esquerda” multiplicará esse aumento no dobro ou triplo;

Enfim, é o que temos e não parece que vá nudar…

 
 

06 junho, 2013

Preservar a narrativa...


No seguimento do post de 30 de Maio - “Do "Portugal silencioso"... -, designadamente, a temática "Portugal silencioso" Vs "Portugal que vive à mesa do Orçamento de Estado", esta capa do JN:
 
 
Nos últimos 2 dias, apesar de muito ser ter falado sobre desemprego, não encontrei qualquer referência nos telejornais sobre o assunto. Não será relevante do ponto de vista jornalístico e informativo, perceber o que se passa no Concelho de Felgueiras?

O País e a sociedade portuguesa, não precisam de conhecer e debater as razões pelas quais umas regiões estão a reagir melhor à crise que outras?

A que se deve este “desinteresse” mediático por casos como o de Felgueiras – ainda mais quando os holofotes se concentram no desemprego e nas suas nefastas consequências a nível social – preferindo “destacar” e dedicar quase em exclusivo o tempo de antena à narrativa dos “que se lixe a troika” & friends?!

Obviamente (como aqui no blog se vai demonstrando), há uma parte do País que não está muito interessada em dar visibilidade aos casos e aos sectores que - sem subsídios e sem apoios do Estado e num contexto difícilimo – vão criando emprego e riqueza...

Aqueles que sempre viveram à custa do Estado tentarão resistir. Com a ajuda de uma parte significativa da comunicação social que protege a sua narrativa, continuará a “venda” de ilusões aos portugueses: que o défice não conta, que não há funcionários a mais no Estado ou que as pensões são intocáveis.

Dois anos depois da bancarrota, quantos ainda não entenderam - o dinheiro acabou! Não será possível sair desta crise sem atacar a SÉRIO a despesa e a estrutura MONSTRUOSA do Estado: ministérios, secretarias de estado, direcções gerais, os institutos e empresas públicas, as fundações, observatórios, etc.. 

Também a economia "pseudo-privada" que parasitou (e parasita ainda...) o Estado, terá de desaparecer: o sector de serviços ancorado nos gabinetes de "grandes" advogados & seus pareceres, nos escritórios da banca e das consultoras internacionais, das administrações das empresas públicas e das ex-públicas (edp, pt, galp, etc....).

Seja um governo de esquerda ou de direita, só essa mudança – o abandono do modelo dos “empregos sustentados pela burocracia” e a sua substituição por actividades produtivas (como a aposta nos sectores da agricultura e indústria) e no modelo assente na produção de “bens transaccionáveis”, permitirá proporcionar uma redução do fardo dos impostos sobre cidadãos e empresas, o aumento do rendimento disponível e, em suma, um futuro sustentável para os portugueses.

Parabéns aos Heróis de Felgueiras!


PS: E por falar em narrativa, por terras de Hollande, o campeão do “crescimento económico” Vs “austeridade”, o desemprego não pára de subir… “França atinge recorde de 3,2 milhões dedesempregados”  

05 junho, 2013

Episódios negros da comunicação social...


(não sabia que título dar a este post, mas este tipo de manipulação é tão reles que a classificação de “episódio negro…” se aplica.)

Tinha acabado de ligar a tv que, por acaso, estava no 1º canal, uns segundos depois José Rodrigues dos Santos (no seu estilo próprio) anuncia:  

“O Bispo do Porto apoia as greves dos professores e das centrais sindicais…”

Imediatamente, a minha atenção passou para o ecrã da televisão para ouvir a intervenção de D. Manuel Clemente e esse tal “apoio as greves dos professores e das centrais sindicais”.
 

Como é possível constatar neste link, eis algumas das afirmações que resumem as ideias transmitidas pelo (ainda) Bispo do Porto (ir para as 20:17h)

- é normal e natural, que existam manifestações, e;
 
- que o diferentes grupos e sectores têm a sua própria perspectiva dos acontecimentos e uma sociedade não vive de unanimismo…;

Por esta altura – apesar do rodapé nos assegurar que “O Bispo do Porto apoia as greves marcadas para este mês” -, já tinha percebido que a apresentação da reportagem passava uma ideia bastante distorcida do que disse D. M. Clemente – na linha do que o nosso "jornalismo de intriga", é useiro e vezeiro...
 
Mas na reportagem ainda se pode ouvir (e desta vez, deixo a transcrição exacta) a seguinte opinião:

“Eu julgo que este governo, ou outro governo que fosse, mesmo do partido que estava até há 2 anos, teria sempre que se confrontar com graves problemas. Porque o desgaste é dos próprios problemas, que são problemas internos mas com uma dependência externa como nós nunca tivemos. ”

Ou seja, D. Manuel Clemente que, de acordo com o que a redacção da RTP nos informa, estaria "alinhado" com os sindicatos e as suas greves, afinal e ao contrário daqueles, entende que os problemas que Portugal atravessa não se resolvem com a queda deste governo! Se isto não é uma manipulação reles... 


Como repetidamente se afirma aqui no blog: a comunicação social é a verdadeira oposição. Que tipo de jornalismo pode transformar o que foi dito, numa mensagem de apoio à cgtp e, por arrasto, às causas e posições que defende?!


Com Jornalismo assim quem precisa de Censura?…




03 junho, 2013

O que é preciso para ser um "falhado"?

 
Uma das mensagens constantemente repetida  pelas “magnas” redacções e diariamente lançada  na agenda mediática, relaciona-se com a constante "derrapagem" das contas públicas.  Em certa medida, essa derrapagem é factual, mas este post no (Im)pertinências ajuda-nos a perceber como é manhosa e desonesta, muita da “informação” debitada a este respeito.
 
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Este diagrama sobre as contas públicas até Abril, de Paulo Trigo Pereira, publicado num seu artigo no Público, é tão autoexplicativo que dispensaria comentários. Ou talvez não, uma vez que os mídia, praticamente sem excepções, não perceberam nada do que se passou. Só algumas chamadas de atenção.

Do lado da receita, não há surpresas; os impostos directos aumentam 18% em resultado do aumento das taxas de IRS e os indirectos diminuem 4% pela quebra do consumo; as contribuições para a segurança social aumentam 4% devido à componente CGA;

Do lado da despesa tudo aumenta, como seria de esperar, porque as reformas do Estado estão à espera do guião/argumentário do Dr. Paulo Portas; o aumento das despesas com o pessoal explica-se devido à antecipação do subsídio que representará 320 milhões – sem isso as despesas com pessoa teriam baixado de 148 milhões; as despesas de saúde reduzem-se ligeiramente o que num contexto de aumento sistemático desde há décadas é mais positivo do que parece; as outras despesas (uma parte será investimento) aumentam sem que se perceba porquê.

O saldo positivo aumentou 128 milhões e, corrigido do efeito do subsídio, aumenta 448 milhões.

Nas contas da Segurança Social e CGA, o aumento conjugado das pensões foi de 10,6% ou 716 milhões; sem surpresa, os subsídios de desemprego aumentaram 14%; corrigindo dos 563 milhões dos duodécimos do subsídio, as pensões teriam aumentado apenas 153 milhões e o saldo negativo teria sido reduzido de 8 milhões.

Em resumo: o agravamento do défice de 683 milhões, corrigido do efeito da antecipação do pagamento do subsídio de cerca de 320 + 563 = 883 milhões, transforma-se
numa melhoria de 200 milhões.
Feitas estas contas de mercearia, acessíveis a um motorista de táxi com a antiga 4.ª classe, ficam-me duas dúvidas existenciais:
  • O caso do jornalismo de causas, que unanimemente passou ao lado destas elementaridades clamando um aumento colossal do défice, é um caso de incompetência pura ou explica-se apenas pela completa ausência de escrúpulos?
  • O caso do governo ser incapaz de explicar isto decentemente é um caso de incompetência pura ou explica-se por andarem ocupados a escrever o guião/argumentário da reforma do Estado?
"
Vamos entrar no 2º semestre de 2013 e mais desvios surgirão… Para lá dos efeitos directos da reposição dos subsídios no aumento de despesa nas contas públicas (consequência do veto do Tribunal Constitucional aos cortes nos subsídios de funcionários públicos e pensionistas com rendimentos superiores a 1.350 €), outro aspecto que os Srs. jornalistas não entendem (por falta de capacidade e/ou preconceito ideológico) prende-se com o efeito recessivo que as medidas de substituição entretanto adoptadas. A este respeito, recorde-se o que em 10 de Abril se escrevia aqui no blog:

“É (e será) impossível sair do marasmo económico em que Portugal se encontra, sem beliscar a "lei fundamental". Esta é a clarificação que não pode mais ser adiada e, por isso, Passos comete um erro em não bater já com a porta e permitir que este logro se arraste. Os cortes alternativos (a conhecer nos próximos dias) terão um impacto mais recessivo sobre a economia que os cortes chumbados pelo TC, porque recairão sobre os agentes mais fragilizados neste momento económico: as pequenas e médias empresas. Muitas empresas fornecedoras do sector público estavam já no seu limite e, nova contracção do cliente Estado, atirará muitas delas para a falência... O resultado: menos receita para o Estado e mais despesa com subsídio de desemprego. Em suma, a relação - nunca explorada por comentadores e jornalistas -, entre as decisões do TC e a espiral recessiva.”

Ao longo do que resta do ano, ao ler, ver ou ouvir, as inúmeras noticias e peças informativas que darão conta aos cidadãos sobre a “derrapagem das contas” ou o “agravamento do défice” que a execução do OE 2013 inevitavelmente irá revelar, lá estarão os falhanços de Vítor Gaspar e as suas previsões, como justificação esses desvios. No entanto, já para não falar no fraco desempenho que a economia europeia veio a revelar face ao antecipado, se as “sombras constitucionais” sistematicamente determinam que nenhum Orçamento de Estado com a assinatura de Gaspar “veja a luz do dia” tal como foi concebido, fará sentido, será justo, este rótulo de “falhado” num País onde, até tempos recentes, défices anunciados de 3% se revelavam superiores a 10%? 


Abstraiam-se dos rótulos, pensem nos sucessivos governantes que nos trouxeram até aqui e perguntem-se: estaríamos pior ou melhor, se outros “brilhantes” Ministros das Finanças, se enganassem como o “falhado” Gaspar?…


01 junho, 2013

Comunicação social Vs o "Portugal silencioso"


Relacionado com o post anterior - nomeadamente, o papel fundamental da comunicação social na manutenção dos previlégios do "Portugal que vive à mesa do Orçamento de Estado" -  do Estado Sentido (por joshua, em 30.05.13), vem mais uma "acha para a fogueira"...
 

Do Mediatismo Maledicente e Desonesto

"As TV estão repletas de comentadores desonestos, mentirosos, viciados em leituras erróneas, erradas e erráticas, onde o essencial está ausente. Não são pela reforma do Estado. Não fazem uma análise realista e honesta à luz da realidade europeia e nacional, dos seus limites, problemas e constrangimentos no plano mais vasto e impiedoso da globalização.
 
Não são pela mudança nem pelo equilíbrio nem pela justiça nem pela sustentabilidade de coisa nenhuma em Portugal. Não imaginam o que é viver sem recursos porque sem economia e sem emprego, mas contribuem para deteriorar o ambiente político infectando-o de conspiração e subversão das regras do jogo democrático, quando lhes convém subvertê-lo a seu favor como se o dinheiro aparecesse sempre ou dependesse da vontade do Executivo.
 
Trazem estribilhos com o fim do mundo dentro. Resistem, estrebucham, agitam-se contra a mudança de paradigma e de mentalidade não apenas portuguesa, mas também europeia, cuja hora é gravíssima e as ameaças extensas. Atacam sob qualquer pretexto este Governo porque a hipocrisia se lhes impregnou por todos os poros egoístas. É o plutossocialismo, o socialismo dos ricos, socialismo prostituto, amiguista, de casta, rançoso das elites de vida airada mediáticas ou subterrâneas. É o tóxico mais danoso em Portugal.
 
Conspirando todo o tempo como principal actividade, dado o terror pela perda das rendas e dos recursos com que sempre manobraram, traíram e conspiraram nos bastidores do Regime, falam, falam, mas só apelam à queda do Governo. Sentem-se incomodados pelos abalos estruturais e sistémicos que a Austeridade, por si só, exerce sobre o seu poder de sempre. Daí que, de Segunda-feira a Domingo, as TV tresandem a lixo opinativo jamais salvando uma só medida dura e necessária que este Governo decida: quem são as bestas enviesadas e facciosas, de onde nunca sai um flato recto? Mário Soares, na sua senilidade desbocada; Pacheco Pereira, no seu rancor fanático e impiedoso; Marques Mendes, na sua esperteza e imoderação indiscreta; António Capucho, na sua incomensurável vaidade e insolência; Constança Cunha e Sá, na sua malícia e atabalhoamento criticista, onde a crítica é gratuita, torrencial, abandalhada, porque sim. Sócrates, símbolo de toda a decadência e esterilidade. No meio disto, Portugal fica para trás e a verdade fica a perder.
 
Por que não vão todos à puta que os pariu?!"