08 março, 2013

Dos filhos e enteados da comunicação social: Chavez

 
Como seria de esperar, a morte de Chavez despoletou grande interesse na comunicação social. Como seria de esperar também, o jornalismo militante dedicou-se ao "embalsamento" de mais um líder socialista...
 
 
 
Mas, nisto da militância esquerdista, o Público consegue sempre estar na vanguarda:




Hugo Chávez revolucionou a política venezuelana, expulsou empresas estrangeiras, nacionalizou outras, recuperou o poder sobre o petróleo e usou-o para criar riqueza — construiu escolas, hospitais, infra-estruturas. Era um defensor dos pobres e da soberania, diziam os que gostavam dele. 

Será que estes destaques da imprensa e o tom das reportagens que têm passado nos telejornais, traduzem a descrição mais fiel do que foi Hugo Chavez?...

A Venezuela é um país detentor de grandes riquezas naturais e uma das bandeiras de Chavez era fazer chegar aos mais desfavorecidos essa riqueza. Aparentemente, cumpriu alguma coisa dessa promessa mas, como aqui se demonstra, a evolução dos níveis de pobreza sob a governação de Chavez, enquadra-se nas taxas verificadas naquela região do globo (sendo que alguns dos outros países não estão sentados em jazidas de petróleo e gás, como sucede com a afortunada Venezuela… ).
 
Ou seja, Chavez, apesar de ter mais recursos à disposição, fez o mesmo que outros políticos em termos de redução de pobreza. 


Outro aspecto que o jornalismo militante não vê interesse em explorar, relaciona-se com a herança do “Chavismo”. Que perspectivas para o futuro da Venezuela? Será que o seu legado, designadamente, um tecido económico que foi  transferido das (maléficas) multinacionais para as mãos de meia dúzia de camaradas de Chavez (vulgo, nacionalizações), assegura à população venezuelana um futuro sustentado?
 
Os próximos tempos o dirão, mas palpita-me desgraça…  claro que, nessa altura, a esquerdalha das redacções ainda vai dizer que “no tempo de Chavez é que era bom”, como se o futuro não fosse resultado das opções do presente (e o presente, como a crise que Portugal hoje atravessa, não tivesse origens nas opções tomadas no passado...).

Outra questão ignorada pela comunicação social portuguesa, prende-se com a sua própria fortuna pessoal, o óbvio enriquecimento dos grupos que lhe são (eram) próximos e, especialmente, as relações com a família Castro e o regime Cubano.

Assim, daqui, ficamos algumas coisas que nos deixam a pensar...

““se cree que varios grupos criminales bolivarianos, entroncados en el gobierno de Hugo Chavez”, habrían “esquilmado en torno a 100.000 millones del casi un billón de dólares de ingresos procedentes del petróleo de PDVSA, generados desde 1999”.”

“La fortuna personal de los hermanos Castro, combinada, “se ha estimado que alcanza fácilmente los 2.000 millones de dólares”. Asimismo, “la familia Chavez Frias “ha amasado una fortuna similar desde la llegada de Chavez a la presidencia, en 1999”.

Como era a principal bandeira de Chavez?!... Ah! Impedir que o grande capital se apropriasse das riquezas naturais da Venezuela para a fazer chegar aos mais pobres…

E uma pergunta aos nossos queridos jornalistas: o que distingue um Chavez de um Eduardo dos Santos, por exemplo?